"Viaje além de sua imaginação"

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Árvore

Era um belo dia ensolarado, não muito quente. O vento batia violentamente contra as árvores e as folhas secas se espalhavam pelo ar. John tinha acabado de sair do trabalho, tinha sido um dia difícil, brigara com o chefe e por pouco não foi despedido, sem contar que estava prestes a se divorciar de sua mulher Susan, a única pessoa desse mundo que ele realmente ama.
John decidiu passear pelo parque esverdeado antes de ir para casa, não gostaria de ter outra briga desnecessária com sua esposa naquele mesmo dia. Sentia como se o mundo estivesse de cabeça para baixo, porque toda vez que fechava os olhos sentia um frio na barriga característico de quem está caindo de um enorme prédio. Tudo o que ele queria era saber se Susan também o amava, queria poder ver os sentimentos dela, transformar o abstrato no concreto, só isso o convenceria da verdade.
Sentou em um velho banquinho de madeira e observou duas crianças brincando com um frisbee, mas aquela imagem estava muito distante, ele na verdade estava viajando em seus devaneios, em que passavam rapidamente fragmentos de sua memória: Susan gritando, seu chefe o encarando feio, suas noites de insônia... John foi acordado subitamente por uma voz doce:
- Moço, poderia pegar o nosso disco? - Perguntou uma das crianças que estava brincando com o frisbee.
- Claro, claro - disse John, visivelmente assustado pelo acontecimento tão repentino - onde ele está?
A criança não disse nada, apenas apontou para um ponto atrás de John que se virou e deu de cara com uma vasta massa de árvores, uma floresta.
- Okay, eu irei buscá-lo.
John foi caminhando lentamente, a perna estava formigando por ele ter passado tanto tempo sentado, parecia que tinha passado anos no mesmo lugar. Caminhando entre as árvores, ele se perguntava: "Onde está o maldito frisbee? Não pode ter ido tão longe". Chegou a um lugar mais aberto onde havia uma grande árvore rodeada de folhas secas, as outras estavam a uma considerável distância dela, como se tivessem medo de se aproximar. A gigantesca árvore era repleta de mensagens cravadas por, ao que parecia, casais apaixonados; bizarramente à luz do entardecer pareciam ter sido escritas com sangue, mas ao se aproximar John viu que eram apenas mensagens cravadas com faca na madeira escura e avermelhada da árvore anciã. Ele resolveu admirar mais a beleza dela e as mensagens, coisas como: "eu te amo Grace","nunca esqueça de mim Peter","Eu realmente te odeio Kelly" e uma que o intrigou "Você realmente me ama Susan?", ficou olhando para essa mensagem durante um tempo que lhe pareceu indefinido, tinha esquecido o por que de estar ali.
Perto daquela mensagem havia um grande nó no tronco e por um instinto John se aproximou do nó, era o único daquela árvore, "algo muito estranho" pensou ele.

Continua...