Infância

Ah, como é bom ser pivete, viver a vida sem se preocupar com compromissos, paixões e o diabo a quatro! Quem nunca comeu sabonete, batom ou coisa pior? Quem nunca brincou com as melecas do nariz? Ou saiu correndo pelado e escorregou no piso molhado em dia de chuva?
Pois é, sem contar as boas festas, com direito a muitos salgados e doces e bolo confeitado, às vezes com palhaços que dão raiva (sempre quis espancar um), com músicas da Xuxa, do Balão Mágico, Fofão e Cia., Sílvio Santos e seus Blue Caps e por aí vai.
Sem contar que pivete adora inventar coisas toscas e haja imaginação para tanto, brincar de polícia e ladrão, fingir que está dentro de um jogo em que o pai é o chefão e para passar de fase é preciso chegar ao banheiro e completar a missão, espancar bonecos de palha no dia de São Judas e sentir pena do infeliz que é queimado, espiar pela janela do vizinho para ver a filha dele trocando de roupa, assustar o porteiro do condomínio, querer dar uma de Tarzan e tacar a cara no chão de pedra e coisas do tipo, nada de mais.
E quanto mais velhos vamos ficando, percebemos o quanto a vida pode ser chata se enxergarmos a realidade, por isso a chave é sempre ser criança do buchão, inventar coisas toscas e fazer piadas idiotas.
Cuidado pais, os seus filhos conhecem mais palavrões do que todo o resto de sua família, por isso não manerem no tratamento e não tenham medo de dizer palavrões para os filhos, lógico, se ele tiver pelo menos mais do que 12 anos e olhe lá, tem gente nessa idade que já transou mais que o pai!
Ah, velhos tempos, dos vinis, do pirocóptero, da flatulenta meleca do Mamonas Assassinas, do Pula Pula do Gugu, do Topa Tudo do Silvio Santos, da Loura do banheiro, da tatuagem de LCD, do Punhal do Fofão, do pacto da Xuxa com o diabo e da boa música!
E viva aos óculos do Chaves e aos Comandos em Ação!