"Viaje além de sua imaginação"

sábado, 23 de janeiro de 2010

A Árvore (Parte 2)

Ao se aproximar do nó da árvore, ele se sentiu atraído por ela e ao mesmo tempo uma sensação de estar sendo sugado. Instintivamente, Jonh enfiou o braço direito no nó e lhe pareceu que ele era maior do que parecia ser, Jonh podia colocar a cabeça ali dentro e talvez até o corpo, e assim o fez. Bastou-lhe pôr a cabeça dentro do nó e sua consciência automaticamente apagou, com um flash branco.

Jonh apenas conseguia distinguir um múrmurio distante de uma voz doce, que gradativamente ia aumentando, entaum ele finalmente abriu os olhos. Estava em um lugar semelhante a sua casa, mas com um ar etéreo, como se fosse o mesmo lugar em um sonho, estava difícil de reconhecer cada som; até mesmo o som de seus pés, lhe pareciam abafados, distantes. Jonh levantou e, virando - se, deu de cara com um espelho, ficou observando a própria imagem por muito tempo, a sensação de atração tomava conta dele novamente, ele se sentia atraído por seu reflexo no espelho e mais uma vez estendeu a mão ao "desconhecido" e para a sua surpresa ela afundou no espelho, como se o mesmo fosse um portal, Jonh sentia que havia algo do outro lado, a mesma coisa que sentiu no nó da árvore.

Ele não tentou enfiar a cabeça no espelho, com medo de que aquilo o levasse para um lugar desconhecido, lhe pareceu mais sensato ficar em sua própria "casa". Jonh não tinha a menor idéia do que estava acontecendo, examinando os fatos, via que não faziam o menor sentido; ele tinha colocado o braço e depois a cabeça dentro do nó de uma árvore, depois apagou e acordou em sua própria casa? "Ou estou ficando louco ou desmaiei e apenas estou sonhando..." pensou.

Deixando os questionamentos de lado (depois de um bom tempo), Jonh resolveu explorar o lugar, lhe passou pela cabeça que talvez tivesse morrido instantaneamente apunhalado pelas costas, porque ele já tinha ouvido falar que talvez existisse o mesmo mundo dos vivos em um outro plano, para os mortos, onde somente as almas dos que foram vivos habitavam os lugares deste mundo; mas lhe pareceu loucura , deixou que o tempo lhe desse as respostas. Jonh seguiu os múrmurios distantes que se tornavam mais altos a medida que ele se aproximava do seu quarto, aquelas vozes pareciam estar num lugar bem longíquo mas ao mesmo tempo no ouvido de Jonh. Ele abriu a porta do quarto (sentindo que podia atravessá-la se quisesse) e agora os sussurros de uma voz doce havia se tornado um múrmurio insuportável de dor e Jonh pode ver que em sua cama havia uma mulher linda que parecia estar consolando algo que estava no pé da cama, ele foi se aproximando calmamente para ver quem estava ali.

Jonh foi tomado pelo pavor, ele não podia estar vendo aquilo, aquilo não podia existir, era um pesadelo, "Tem que ser a droga de um pesadelo!" pensou. Não adiantava se enganar, aquilo estava mesmo acontecendo, por mais que ele quisesse que aquilo fosse um sonho ruim, não era. Uma criatura disforme e imunda, sem pernas e braços, rastejava ali no chão, gritando de dor, com suas lágrimas caindo do único olho que tinha, havia feridas por todo o corpo daquele monstro. A linda mulher tentava aliviar a dor da criatura, com sua voz doce, mas parecia impossível que isso um dia acontecesse. A coisa mirou seu olhar em Jonh e ele começou a ouvir vozes dentro de sua cabeça: "Me mate Jonh, por favooor! Me mate! Me mate agora!!".

- CALA ESSA BOCA! - gritou Jonh - Me deixa em paz!
No entanto, a voz continuava, e Jonh ficava cada vez mais pertubado.
- EU JÁ DISSE PARA CALAR A BOCA! Aaaaah!!
Jonh pressionava as duas mãos nos ouvidos, na tentativa inútil de que aquelas vozes parassem, mas elas não paravam.
Tomado por uma sensação que misturava pena, ódio, horror e tristeza, ele pegou o primeiro objeto que viu pela frente, um taco de baseball, e começou a desferir golpes no monstro, até que as vozes cessassem.. E cessaram, não se ouvia mais nada, nenhum grito de dor; a criatura já não chorava mais, não rastejava mais e seus olhos estavam revirados.

Quando voltou a si, viu o que estava segurando, um taco de baseball ensaguentado, ele nunca teve esse objeto em seu quarto.


(Continua...)

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