"Viaje além de sua imaginação"

quarta-feira, 10 de março de 2010

Boa Noite Vovó!

Em meu quarto escuro, banhado pela luz do luar, eu dormia muito bem após um ótimo dia, até ser acordado no momento em que beijaria a mulher da minha vida, "Que o maldito que me acordou seja amaldiçoado sete vezes!" pensei furioso. A porta rangia, um som agudo e irritante, virei o rosto para lá, forçando a vista, uma silhueta muito conhecida estava parada ali. Aos poucos fui reconhecendo cada detalhe do que estava acontecendo: uma bengala, uma faca, pantufas...

- Vovó? - A maldita não me respondia, mas eu tinha certeza que era ela, embora seus olhos outrora verdes estivessem sem cor e sua pele mais pálida do que de costume (uma tarefa muito difícil para alguém que usa 10 quilos de maquiagem no rosto).

A velha gritou enquanto corria em minha direção, o mais rápido que pôde, com sua bengala, fazendo um barulho engraçado, como se um anão usando um sapato de madeira corresse pelo quarto; a faca estava pronta para desferir o golpe. Desviei da facada por muito pouco, subestimei a vovó. Durante o ato o braço dela tinha estalado e o punhal havia caído no chão. " Vovó! Pirou de vez!?", ela me respondia com grunhidos indecifráveis, resmungos de uma velhota, agora tentava me acertar com a bengala, a cada tentativa se desequilibrava e se apoiava no primeiro suporte que via pela frente. Me vi obrigado a reagir, soquei o queixo da vovó, sua dentadura voou e caiu dentro do meu aquário; ela revidava com algo inesperado, seus seios que quase batiam no chão agora vinham como um chicote de encontro a meu rosto, me atingiram em cheio e fui abatido, tive sorte por aquele troço não produzir mais leite. Rapidamente afundei meu punho no estômago da velha, me arrependi, pois tomei um banho de vômito. Vovó ao se curvar, dera um jeito na coluna.

- Dor na coluna vovó? - Perguntei sarcasticamente - Deixe-me dar um jeito!

A segurei pela banha e pelo vestido e a joguei de encontro a janela. A anciã agora caía do segundo andar da casa e se estatelava no asfalto.

Não sei o que havia dado na vovó, mas boa coisa não era.

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